Equidade salarial de PcD: como o RH deve agir

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A falta de equidade salarial é um dos principais desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência. Dados da PNAD Contínua 2022, revelam que o nível de ocupação das PcDs é bem menor que o da população sem deficiência, com apenas 26,6% contra 60,7%.

Essa disparidade se reflete diretamente na renda, com as pessoas com deficiência recebendo salários menores que os de seus colegas sem deficiência, mesmo quando possuem a mesma qualificação.

Infelizmente, essa diferença salarial se torna ainda mais acentuada quando analisamos a questão do gênero. As mulheres com deficiência têm um nível de ocupação ainda menor, com apenas 22,4%, enquanto o índice para homens com deficiência é de 32,7%.

Outro ponto preocupante é a alta taxa de informalidade entre as PcDs ocupadas. Mais de 55% delas trabalham no mercado informal, enquanto a média para a população sem deficiência é de 38,7%. Essa situação demonstra a fragilidade e a precarização das condições de trabalho enfrentadas pelas pessoas com deficiência.

Consequências da falta de equidade salarial para pessoas com deficiência

A falta de equidade salarial para pessoas com deficiência tem consequências negativas tanto para os indivíduos quanto para a sociedade como um todo. Isso porque além de enfrentar a desigualdade salarial, elas têm suas oportunidades de ascensão profissional e social limitadas, o que pode resultar em:

  • Perpetuação da pobreza e exclusão: a falta de acesso a salários justos e oportunidades de crescimento profissional mantém as pessoas com deficiência em um ciclo de pobreza e exclusão social, dificultando o acesso a serviços básicos como saúde, educação e moradia digna;
  • Diminuição da autoestima e da autoconfiança: a falta de reconhecimento e valorização profissional pode impactar negativamente a autoestima e a autoconfiança das pessoas com deficiência, levando à sensação de inferioridade e à desmotivação para buscar novas oportunidades;
  • Impedimento da participação plena na sociedade: a falta de equidade salarial pode limitar a participação das pessoas com deficiência em atividades sociais e culturais, restringindo seus acessos a espaços de lazer, entretenimento e desenvolvimento pessoal;
  • Prejuízo para o desenvolvimento econômico: a falta de equidade salarial impede a plena utilização do potencial das pessoas com deficiência, limitando a capacidade de geração de riqueza e desenvolvimento econômico do país.

Dicas para o RH melhorar a equidade salarial das pessoas com deficiência

O RH tem um papel essencial na construção de um ambiente de trabalho inclusivo e na promoção da equidade salarial para pessoas com deficiência. Para isso, algumas ações podem ser implementadas:

  • Revisão de processos seletivos: é primordial garantir que os processos de recrutamento e seleção sejam inclusivos e acessíveis. Adaptar as etapas do processo para atender às necessidades das pessoas com deficiência, como disponibilizar provas em braile, realizar entrevistas com intérpretes de Libras, entre outros recursos, é crucial para garantir a igualdade de oportunidades;
  • Revisão de planos de cargos e salários: é crucial que os planos de cargos e salários das empresas reflitam a valorização do trabalho das pessoas com deficiência, garantindo que elas tenham acesso a oportunidades de crescimento e remuneração justa, proporcional à sua qualificação, experiência e desempenho;
  • Implementação de programas de mentoria: a criação de programas de mentoria e acompanhamento para pessoas com deficiência pode ajudar na sua progressão na carreira. A mentoria proporciona apoio, orientação e networking, contribuindo para o desenvolvimento profissional e a ascensão dentro da empresa;
  • Criação de programas de apoio à carreira: a oferta de programas de apoio à carreira, como cursos de capacitação, treinamentos e workshops específicos para pessoas com deficiência, contribui para a atualização e o desenvolvimento profissional, preparando-as para assumirem cargos de maior responsabilidade e ascenderem na empresa;
  • Oferta de programas de benefícios: a implementação de programas de benefícios diferenciados, como planos de saúde específicos para pessoas com deficiência, pode atrair talentos e contribuir para a retenção de profissionais;
  • Combate ao capacitismo: o capacitismo é um tipo de discriminação que considera a pessoa com deficiência inferior por causa de sua condição. É crucial combater o capacitismo no ambiente de trabalho por meio de ações de conscientização, treinamentos para a equipe e políticas claras que combatam a discriminação e promovam a inclusão;
  • Comunicação aberta: promover um diálogo aberto e transparente com as pessoas com deficiência sobre suas necessidades e expectativas é fundamental para construir um ambiente de trabalho mais inclusivo. Incentivar o feedback dos funcionários com deficiência sobre as condições de trabalho, as oportunidades de crescimento e as políticas da empresa pode gerar uma cultura mais receptiva e justa;
  • Monitoramento e avaliação: é importante monitorar e avaliar as políticas de inclusão da empresa, verificando se as ações implementadas estão realmente gerando resultados positivos na equidade salarial e na inclusão das pessoas com deficiência. A coleta de dados sobre o nível de ocupação, remuneração e satisfação delas é vital para identificar áreas de melhoria e garantir a efetividade das políticas de inclusão.

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Conclusão

A equidade salarial para pessoas com deficiência é um passo fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. As empresas que se engajam na busca da inclusão demonstram compromisso com a diversidade e com a construção de um ambiente de trabalho mais humano e acolhedor.

Ao promover a equidade salarial, as empresas garantem que as pessoas com deficiência tenham acesso a oportunidades justas e dignas de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento profissional e social de um grupo tão importante da nossa sociedade.

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Abraço e até o próximo artigo.

Jessé Rodrigues
PCD+ | Inclusão com qualidade

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